domingo, 4 de março de 2012

Uma Noite na Selva!

Acordei cedo e pelas 8 da manhã o cara responsável pelo tour da selva veio me buscar no hotel. Tivemos uma viagem de 1 hora de carro até uma cidade próxima e lá, pegamos o barco para desbravar o Rio Negro até chegar na pousada.

Cruzar o Rio Negro ja de início foi uma coisa incrível! Nunca vi um rio tão grande e bonito. Não há praticamente nenhuma ondulação na água parecendo muito mais com uma lagoa do que com um rio. E por ele ser negro, parece um imenso espelho refletindo todo o céu, as nuvens e tudo mais.
No mês Março, o Rio Negro já está na época das cheias então "surgem" os famosos Igapós que nada mais são do que as florestas inundadas. Árvores gigantes ficam em baixo da água e conseguimos avistar as vezes somente suas copas.

Chegando no nosso destino, o almoço ja estava nos aguardando. No grupo que veio comigo no barco, haviam três italianos e um alemão e lá na pousada já estavam hospedados de outras noites mais duas canadenses, um casal de Hong Kong e uma única brasileira além de mim, a Maria (Parenteses pra comentar que essa brasileira é uma mulher muito engraçada e louca e ela lembra MUITO a Narcisa, que se alguém não sabe quem é, procurem vídeos no youtube!). Pois é, o mundo inteiro apreciando e dando valor para as belezas do Brasil, e os brasileiros, incluindo eu, insistindo em ir viajar para fora, sem conhecer quase nada da sua própria terra. Os pacotes dessa pousada funcionam de várias formas. Há opção de dois dias e uma noite e até de quatro dias e três noites onde numa delas o pessoal acampa no meio da floresta mesmo e faz outras atividades. O meu pacote era o de dois dias e uma noite mas todos os estrangeiros estavam lá para o tour completo de quatro dias.

Após o almoço, eu e todo o pessoal que estava na pousada, fizemos outro tour de barco para conhecer e ver melhor a imensidão do Rio Negro além de entrar na floresta de igapós a procura de aves ou macacos que pudessem estar nos galhos, o que infelizmente não encontramos. Durante o passeio, após eu encostar a mão na água e descobrir que era a água de rio mais quente que eu ja tinha sentido na vida, pedi para o nosso guia, o Max, um suiço que mora a 3 anos na Amazônia e que fala português perfeitamente e até com o mesmo sotaque Manaura, para ele parar o barco para eu entrar na água. Achei que todo mundo ia se empolgar e entrar junto mas acabou que ficaram todos dentro do barco me olhando enquanto eu nadava naquela água muito boa.

Ficamos a tarde toda navegando no meio dos igapós e quando retornamos para a pousada a janta já estava servida toda a luz de velas pois não há energia elétrica alguma no lugar.

De bucho cheio, partimos a noite para um passeio noturno para focar jacarés. O nosso outro guia, o Zé, um Manauara nativo e muito experiente, não demorou 20 minutos pra encontrar um e pegar ele para nos mostrar. Segurando ele pelo pescoço, ele nos deu várias explicações sobre como os jacarés se alimentam e tudo mais e eu logo pedi pra segurar o jacaré também para tirar uma foto. Depois disso, o Zé cheio de graça pediu se a gente queria ver ele colocar o jacaré para dormir. Eu ja fiquei apavorado pensando q ele ia torcer o pescoço do pobre bicho ou sabe-se lá o que. Mas ele simplesmente deitou o jacaré virado para cima e ainda segurando ele pelo pescoço, começou a fazer carinho na barriga dele. Na mesma hora aquele bicho começou a se contorcer como se tivessem fazendo uma massagem nele e um tempo depois o Zé largou o pescoço  do jacaré que ficou completamente imóvel por uns 10 segundos, até ele se virar e pular para o chão do barco fazendo todo mundo se encolher num canto.
Feito isso, o Zé pegou o jacaré de volta e o largou na água e nós voltamos para a pousada para dormir e acordar cedo no outro dia para mais experiências na selva.






























































"Há um prazer nas florestas desconhecidas;
Um entusiasmo na costa solitária;
Uma sociedade onde ninguém penetra;
Pelo mar profundo e música em seu rugir;
Amo não menos o homem, mas mais a Natureza..."
                                         
                                                                         
                                                                              Lord Byron.




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