segunda-feira, 5 de março de 2012

Na Floresta Selvagem!

Depois de uma bela noite de sono iluminada apenas pela luz da lua, tomamos café logo cedo na pousada e em seguida o grupo que já estava lá antes de mim estava saindo para um passeio que  pagaram separado para ver e nadar com os botos cor de rosa e botos cinza.
Era R$150,00 só para fazer isso e eu desde o início tinha optado por não fazer. O meu grupo, eu o alemão e os italianos, deveria iniciar um passeio pela selva, dessa vez caminhando por trilhas. Porém para a minha felicidade, os italianos também tinham pago o passeio dos botos e como eu e a Maria, os únicos brasileiros e pé-rapados éramos os únicos que não tinham pago os R$150,00 a mais, os guias nos falaram que a gente podia ir junto mas sem entrar na água.
Pff né... Quando eu ouvi que eu ia poder ir junto já corri e separei o meu calção de banho para ficar preparado para um eventual "acidente" acontecer e eu acabar caindo na água...

Chegando na plataforma de alimentar os botos, os guias foram pegar os peixes numa casinha onde vendiam comida mas para a minha tristeza, os peixes estavam em falta e eles resolveram passar o passeio dos botos para o dia seguinte, o qual eu já não estaria mais lá.
Nós podiamos ver os botos da plataforma mas estavam um pouco longe e como estava bem quente e nós tinhamos um tempo livre, eu pedi se podiamos, ou no caso só eu de novo poderia, entrar na água o que eu fiz e dessa vez consegui arrastar todo o pessoal. O rio é muito fundo, impossível de dar pé então além de uns não saberem nadar, uns ficaram com medo e entraram com coletes.
Nesse meio tempo, os botos provavelmente pensaram que tinha gente com comida entrando na água e vieram direto ao nosso encontro. Passavam dando rasantes pelas pernas de todo mundo gerando uma enorme gritaria.
Eu primeiro senti um encostando o bico na minha barriga e então mergulhei com os olhos abertos para ver ele mas ele era muito rápido e eu só o vi de relance. Depois vi que a Maria tinha entrado na água com óculos de mergulho mas tinha ficado sentada na plataforma pois não sabia nadar. Pedi os óculos emprestados para tentar ver melhor em baixo da água só que na primeira mergulhada entrou um monte de água. Tirei os óculos para regular eles e enquanto eu fazia isso, as alças de silicone ficavam encostando na água e então do nada surgiram uns três botos do meu lado que colocavam o bico para fora da água tentando pegar as alças achando que eram comida. Fiquei mega empolgado essa hora pois eu passei a mão e até abracei um dos botos e eles nem se importavam. Só queriam saber do óculos que uma hora quase foi pra baixo da água de tanto que um puxou.

Depois desse inesperado e gratuito mergulho com os botos fomos fazer o tal passeio pelas trilhas na selva. Ficamos mais de 2 horas andando no meio do mato e conhecendo várias plantas e árvores medicinais além de inúmeras frutas comestíves que eu nunca tinha ouvido falar. Além disso o Zé me desafiou a tentar subir um Açaizeiro de uns 10 metros com uma espécie de corda feita de cipó presa nos pés que facilita bastante a subida. Consegui subir uns 4 metros, o que para um iniciante não foi tão ruim.
Mais adiante, havia um cipó gigante onde a gente podia brincar de Tarzan a vontade e ficar se atirando morro abaixo. Para terminar, consegui ver muito rápido um macaco em uma árvore que assim que nos viu saiu pulando de galho em galho e sumiu.
No meio da mata, praticamente de meia em meia hora, chovia fraco por cerca de 3 minutos o que é muito comum de acontecer nas grandes florestas. Porém quando saímos da mata e embarcamos de volta para nossa vila, pegamos no meio do rio uma mega chuvarada que nos deixou echarcados.

Seco e bem alimentado, fui a tarde fazer meu último passeio antes de ir embora, a pesca de piranhas. Como ainda estava chovendo um pouco e eu já estava atrasado para voltar para Manaus, fui bem rápido com o Max para o rio até que ele conseguiu pescar uma piranha para eu ver. Feito isso, arrumei minhas coisas e junto da Maria que também estava no seu último dia, voltei para Manaus.

Fiz uma grande amizade com a Maria e inclusive acho que amanhã ela vai acabar indo junto comigo para Presidente Figueiredo, uma cidade localizada a cerca de 100km de Manaus onde há inúmeras cachoeiras para se visitar.





























"Há um prazer nas florestas desconhecidas;
Um entusiasmo na costa solitária;
Uma sociedade onde ninguém penetra;
Pelo mar profundo e música em seu rugir;
Amo não menos o homem, mas mais a Natureza..."
                                         
                                                                         
                                                                              Lord Byron.





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