Depois de hoje, tenho agora certeza que pensamentos positivos atraem coisas positivas e que quando se quer muito uma coisa, na insistência sempre se consegue.
Desde ontem aqui em Presidente Figueiredo, uma das primeiras coisas que eu queria fazer era ir visitar um local chamado "Caverna do Maroaga" e também a "Gruta da Judéia" que fica no mesmo lugar.
"A Caverna Refúgio do Maroaga é um dos lugares mais fascinantes de Presidente Figueiredo, começando pela própria história do local. Segundo a lenda, Maroaga foi um grande cacique da tribo dos Waimiri-Atroari, os quais deram bastante dor de cabeça aos militares na década de 70 durante a construção da rodovia BR-174. Dizem que esta caverna, com mais de 400 metros de túneis e galerias, foi utilizada como esconderijo pelos indígenas que, liderados por Maroaga, lançaram um grande ataque ao acampamento dos militares. Conhecidos por sua extrema selvageria, os Waimiri-Atroari esquartejaram as suas vítimas e espalharam seus pedaços por entre as árvores."
"Já a Gruta da Judéia, é simplesmente um dos lugares mais idílicos de Presidente Figueiredo. Aqui, o paredão rochoso se abre em uma grande galeria de onde um poderoso jato de água, acompanhado por raízes e cipós pendurados, cai em direção ao chão, formando uma belíssima piscina natural de águas douradas." Além disso, após testes, foi contastado por biólogos que a água da gruta é a segunda água mais pura e potável do planeta, perdendo apenas para um local na Finlândia.
Dentre todos os pontos turísticos da cidade, esse é o único situado dentro de uma reserva ambiental e só se pode entrar lá na presença de um guia. Os guias cobram em média R$100,00 para um grupo de até 5 pessoas.
Porém, a visitação a caverna, mesmo com os guias, estava fechada desde novembro de 2011 devido ao fato de nesse período ser a época de reprodução do Galo-da-Serra, uma ave raríssima e símbolo da cidade inclusive por não existir em nenhum outro lugar do mundo.
Quando cheguei no CAT (Centro de Informações ao Turista) no dia 07/03 fui informado de tudo isso e de que não seria possível uma visita ao local. Um dos guias me falou que naquele mesmo dia eles fariam uma reunião com o Secretário do Ambiente para reabrir as visitações pois eles estavam perdendo dinheiro com o parque fechado por tanto tempo. Dito isso, havia a possibilidade do parque reabrir para o dia de hoje, o que fez eu esperar ansiosamente.
Logo que eu acordei fui direto ao CAT saber qual era a situação. Já tinha até arrumado mais gente para visitar o local e dividir o custo do guia porém chegando lá o rapaz informou que foi autorizado novamente as visitações mas que era necessário uma autorização nominal para cada pessoa, assinada pelo Secretário do Ambiente e este, havia viajado a Manaus logo pela manhã.
Não havia mais o que fazer, eu iria voltar para Manaus a tarde e não poderia ficar mais um dia em Presidente Figueiredo. Voltei para a pousada desanimado e conversei com o dono e então pedi a ele se não havia nenhum nativo que me levaria para lá mesmo sem autorização. Ele me indicou um, o Ralf, mas quando chegamos na entrada do local, havia um vigia impossibilitando a entrada sem autorização.
O Ralf então sugeriu irmos direto na Secretaria do Meio Ambiente, pois a irmã dele trabalhava lá e poderia nos ajudar. Chegando lá, ela nos informou que a única pessoa que poderia dar autorização era o Secretário ou talvez a Diretora Administrativa que estava em reunião e so voltava a tarde. Peguei um número de telefone para ligar depois e fui em direção a outras cachoeiras para visitar nesse meio tempo.
A primeira cachoeira que visitei no dia foi uma chamada "Iracema" que de fato foi a que eu mais gostei de todas. Talvez não pela cachoeira em si, mas sim por haver também grutas belíssimas por lá e eu ser a única pessoa visitando o local. Fiquei completamente sozinho fazendo trilhas e ouvindo os sons da mata durante quase duas horas. Da "Iracema" peguei uma trilha de 1km em direção a "Cachoeira das Araras" e na volta fiquei um bom tempo observando as grutas e os morcegos que sobrevoavam minha cabeça.
Saindo da "Iracema" peguei o carro e fui a uma outra cachoeira, a "Cachoeira da Onça". Para chegar nesse local, a proprietária me informou que seria uma trilha de 1,5km o que aparentemente não seria nenhum problema.Porém, no meio do percurso, o céu desabou. Começou a chover MUITO e eu não tinha aonde me abrigar da chuva. O problema não era me molhar até porque aqui é muito quente e um banho de chuva é uma maravilha. Mas eu estava com minha mochila nas costas com a máquina fotográfica e o celular e não podia molhar nada. Peguei umas folhas de palmeiras para proteger a mochila, além de uma pequena sacola plástica que por sorte eu tinha. A chuva era tão forte que chegando na cachoeira, foi impossível eu tirar a máquina da mochila para tirar alguma foto e então eu voltei os 1,5km correndo pois a chuva não tinha previsão de diminuir.
Cheguei de volta ao carro e a moça rindo da minha situação, me ofereceu um banheiro para eu colocar roupas secas.
Pela uma hora da tarde, voltei a Secretaria do Ambiente para falar com a Diretora Administrativa, a Milvania. De início, ela me disse que não seria possível. Expliquei para ela que seria uma visita muito rápida pois as 5h eu precisava estar de volta a Manaus, o que de fato era verdade. Com ela ainda não convencida, tive que usar minha cara de cachorrinho perdido e dizer que eu era um estudante de biologia e que meu professor havia me indicado visitar aquela caverna e que por eu ser do Rio Grande do Sul, talvez eu nunca mais voltaria ali. Ela me olhou pensativa por um tempo e disse. "Eu so vou deixar tu ir se tu for com um dos guias autorizados, não pode ser o Ralf". Daí eu disse que os guias cobravam R$100,00 tanto para grupo quanto para uma pessoa só e eu não tinha esse dinheiro. Ela então chamou um guia que trabalhava ali, o Domingos, e perguntou quanto ele cobraria para me levar lá. Expliquei que seria uma visita muito rápida e acertamos por R$50,00.
Feito isso, a Milvania começou a redigir um documento em nome do Domingos, autorizando ele como guia, a entrar no parque. Ela me pediu para eu não contar a ninguém que eu tinha conseguido esse documento pois não era nada comum e somente o Secretário teria autorização de assinar. Me ajoelhei, abraçei e beijei a Milvania para agradecer e parti com o Domingos para finalmente conhecer a Caverna do Maroaga.
Seguimos a diante até a "Gruta da Judéia", outro local belíssimo que dava muita vontade de se atirar na água para um banho, porém meu tempo estava estourado e eu ainda tinha que levar o Domingos até a cidade de volta.
Sai de Presidente Figueiredo pelas 15:30 e fiz aquela estrada de 110km até Manaus em menos de uma hora. para conseguir entregar o carro a tempo.
Chegando no hotel, conheci o dono, o senhor Roberto que foi muito simpático e atencioso comigo e ficamos horas conversando. Depois me toquei para o quarto para dormir logo pois no dia seguinte farei o passeio do Encontro das águas.
Por hoje é isso...
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